O que é um programa antimicrobial stewardship?
O programa Antimicrobial Stewardship (AMS) busca controlar o uso de antimicrobianos, para que sejam prescritos de forma adequada. Um dos grandes desafios nesse sentido é fazer esse controle de forma manual, com planilhas, o que torna o processo mais moroso e, muitas vezes, ineficaz.
O desenvolvimento de soluções tecnológicas para resolver esse problema vem ao encontro de uma situação alarmante em todo o mundo. O uso inadequado de antimicrobianos ocasiona a morte de mais de 700 mil pessoas por ano. É o que diz a Organização Mundial da Saúde (OMS), alertando para a necessidade urgente de se pensar em estratégias para conter essa estatística.
Ainda segundo a OMS, esse número pode chegar a 10 milhões ao ano até 2050 se nada for feito a partir de agora, especialmente considerando-se o cenário de pandemia da COVID-19. Por isso, um programa Antimicrobial Stewardship é indispensável.
Esse recurso permite gerenciar o uso de antimicrobianos por meio da sistematização e automação do processo, visando à segurança do paciente e o combate à resistência microbiana.
Continue a leitura e entenda o papel da tecnologia no sucesso desse programa.
A importância do uso racional de antibióticos
A comunidade médica está ciente de que a resistência microbiana é um grave problema. As estatísticas sugerem que, se essa questão não for solucionada, teremos mais mortes por infecção bacteriana do que por câncer nos próximos 30 anos.
A pandemia da COVID-19 vem aquecendo os debates em torno do assunto, embora o tema seja problemático há bastante tempo, ainda que haja poucas empresas e instituições trabalhando em prol dessa tratativa.
Nesse âmbito, a implantação de um programa Antimicrobial Stewardship se mostra um passo importante, que visa reduzir o uso inapropriado de antimicrobianos em todos os ambientes de cuidados na área da saúde.
Para se ter uma ideia da gravidade do problema, estima-se que 30% a 50% do uso de antimicrobianos nos hospitais é inadequado. A maneira como esses fármacos são utilizados hoje em dia tem impacto direto em sua efetividade futura.
Mesmo que a resistência microbiana seja um fenômeno natural, o uso equivocado dos antimicrobianos favorece esse cenário, colocando em risco a vida de muitas pessoas que necessitam desses tratamentos.
A resistência bacteriana é, portanto, uma das questões mais urgentes de saúde pública, pois as consequências decorrentes desse cenário são catastróficas. Os problemas decorrentes da ineficácia desses medicamentos incluem:
- o prolongamento dos quadros clínicos,
- o aumento do tempo de hospitalização e
- a elevação da taxa de mortalidade.
Programa Antimicrobial Stewardship: como aplicar?
É nesse contexto de perspectivas catastróficas que o programa Antimicrobial Stewardship ganha protagonismo na intenção de conter o avanço do problema. Não à toa, nos últimos anos, cresceu o número de Centros de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) que vêm se dedicando aos programas de gerenciamento do uso de antimicrobianos.
É disso que se trata um programa Antimicrobial Stewardship, que reúne um conjunto de práticas efetivas de combate à resistência microbiana. Essas práticas levam em consideração aspectos como a microbiota, o perfil de resistência e a sensibilidade dos antimicrobianos utilizados nas instituições de saúde.
Com base nesses aspectos, o programa sistematiza o emprego dos antimicrobianos a partir de estratégias pertinentes para todo o ciclo de uso. É aí que entram as tecnologias da informação para otimizar o processo e dar mais racionalidade a esse gerenciamento, melhorando o controle e o monitoramento na utilização dos fármacos.
O papel da tecnologia nesse processo
Ferramentas inteligentes, como softwares de vigilância clínica e de prevenção de infecções, são alguns exemplos de como a tecnologia ajuda a tirar o programa Antimicrobial Stewardship do papel.
Essas ferramentas funcionam como mecanismos de suporte às decisões clínicas. São soluções que organizam dados, calculam a incidência de novos casos e apresentam os resultados, tudo integrado ao prontuário eletrônico, para que o médico defina e gerencie a terapia com mais segurança e assertividade.
Isso só é possível graças aos avanços da transformação digital. Portanto, instituições que desejam ter sucesso na implantação de um programa Antimicrobial Stewardship precisam contar com o auxílio das ferramentas de automação.
Além disso, as instituições necessitam dispor de equipes multidisciplinares engajadas e motivadas, de modo que esses esforços sejam empreendidos coletivamente, sempre com foco na segurança do paciente. Afinal, o fator humano é imprescindível.
Programa AMS: como funciona
A equipe multidisciplinar que compõe o programa AMS é composta por infectologistas e profissionais de farmácia, laboratório e informática. O trabalho inicial consiste no planejamento das diretrizes do programa e no treinamento dos colaboradores.
Assim são definidas as ações de promoção do uso racional dos antimicrobianos e quais processos devem sofrer intervenções. É aí que as ferramentas inteligentes entram para dar suporte à elaboração dos protocolos, que devem ser baseados em evidências para infecções usuais, padronizando metodologias de gerenciamento.
Essas avaliações são feitas com base no relatório das culturas, a partir do compilamento automático de dados que sugerem imediatamente os resultados. Antes dos avanços tecnológicos, tudo isso era feito manualmente, de modo que muitas vezes os relatórios saíam com um delay de 6 meses.
Já com a automação do processo, a tomada de decisões atinge um patamar mais sólido, contribuindo para que o programa Antimicrobial Stewardship seja bem implementado e traga resultados rápidos, visando conter a resistência microbiana e ajudar a salvar cada vez mais vidas.
A Munai é uma empresa comprometida com essa missão, utilizando a inteligência artificial para a coordenação do cuidado com a saúde de ponta a ponta. Em parceria com a MSD, a principal farmacêutica que desenvolve antimicrobianos no mundo, estamos lançando uma solução inteligente que vai ajudar a vencer a resistência microbiana.